Não adiantou abdicar do samba
Pois o samba morava em seu coração
Ganhou dos seus o dom de sambar
E, do Soberano, a inspiração
Pra compor, pra cantar
Na sutileza dos versos, sonhar
A vida do sambista é o ano inteiro
Vai além da ilusão de fevereiro
No morro, no asfalto
Favela, planalto
Jamais se intimida
Não foge da briga
Sambista não manda recado
E faz de qualquer desacato uma rima
O tempo é um santo remédio que ensina